18/10/2018
Oscar Frank, Economista da Câmara de Dirigentes Lojistas - CDL Porto Alegre, realizou comparativos do cenário econômico do comércio do Rio Grande do Sul, com base em levantamentos do IBGE. Os resultados da análise são fruto de comparações entre agosto de 2017 e do mesmo período de 2018.
Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE, o volume de vendas do comércio varejista gaúcho no conceito ampliado cresceu 8,7% em agosto, frente ao mesmo período de 2017. Os resultados setoriais foram menos heterogêneos em relação aos últimos meses, com prevalência de taxas positivas.
A redução da taxa de desemprego de 12,6% no trimestre móvel entre junho e agosto de 2017 para 12,1% em igual período de 2018, ainda que determinada por trabalhadores sem carteira assinada e por conta própria, ajuda a compreender esse resultado. Além disso, a liberação dos saques do PIS/PASEP para trabalhadores de todas as idades, autorizada a partir de 14 de agosto pelo governo, também foi benéfica para o comércio varejista.
Análise setorial – principais destaques do RS
ALTAS:
Tecidos, vestuário e calçados: o aumento de 21,5% provavelmente foi determinado pelo frio mais intenso ante o mesmo mês do ano passado, o que acelerou as vendas de produtos típicos da estação.
Veículos, motocicletas, partes e peças: recuperação do mercado interno tem ajudado nas vendas do setor. Vale lembrar que a crise legou imensas perdas a esse ramo da atividade do comércio: -4,6% em 2014, -29,1% em 2015 e -22,0% em 2016. No ano passado, o avanço foi de +23,5%. Ou seja, a base de comparação ainda se encontra muito deprimida, gerando um efeito estatístico ainda favorável para 2018.
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: desempenho está diretamente atrelado à renda real das famílias. As estatísticas mais recentes, disponíveis apenas em nível nacional, mostram que a massa de salários da economia corrigida pela inflação atingiu R$ 201,3 bilhões no trimestre móvel entre junho e agosto, conforme a PNAD Contínua, do IBGE. Trata-se de uma alta de 2,6% em comparação com o mesmo período de 2017. Pelo lado dos preços, o subgrupo “alimentação no domicílio” cresceu mais na Região Metropolitana de POA em comparação com a média do Brasil: nos últimos 12 meses com término em agosto, a inflação desse conjunto de mercadorias alcançou 4,2%, contra 1,5% em nível nacional.
BAIXAS:
Combustíveis e lubrificantes: forte elevação dos preços dos combustíveis veiculares (+12,9% nos últimos 12 meses terminados em agosto, na Região Metropolitana de POA, de acordo com o IBGE) ajuda a explicar esse resultado.
Livros, jornais, revistas e papelaria: continuidade do processo de substituição das mídias impressas pelas eletrônicas.
Fonte: CDL Porto Alegre